O 11 de setembro e a estratégia das imagens
Publicado na revista Margem, do Programa de Estudos Pós Graduados em Ciências Sociais e História da PUC-SP. Número sobre o tema “Guerra e paz”. N. 14, dez de 2001. Publicado em versão resumida no Caderno Mais! Folha de São Paulo , 4-11-01.
Se as imagens foram um componente fundamental dos atos de terrorismo de 11 de setembro, se, tanto quanto os aviões, elas constituíram uma arma decisiva nas estratégias dos idealizadores da ação, contribuindo também para a disseminação do horror, no campo oposto, a convicção de que elas seriam capazes de disseminar a força do inimigo acabou gerando um horror das imagens que deu lugar, por sua vez, a uma política de rigoroso controle sobre a sua produção e circulação. Primeiro as fotos das vítimas dos ataques terroristas foram banidas dos jornais e da televisão; em seguida tornou-se também impossível mostrar as vítimas dos bombardeios no Afeganistão; quando Bin Laden surgiu na TV Al Jazeera, as imagens geradas fora da esfera de controle americano passaram a ser barradas, cerco mais fechado ainda com a compra, pelo exército americano, dos direitos exclusivos sobre as imagens comerciais feitas por satélites no território afegão. Continuar lendo